Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar.
Zygmunt Bauman
Você deseja o que não tem aí luta e tem o que desejava e aí não deseja mais e procura algo novo, e volta a desejar o que não tem...vamos desejando o que não temos, é a lógica do saco sem fundo, invariavelmente algo sempre está nos fazendo falta.
E quando não se consegue escolher entre uma coisa e outra – porque escolher uma seria perder a outra – para pôr fim à angústia, levamos as duas.
Há coisas que precisam ser compradas, impossível passar em uma loja de bijuterias e não levar um brinquinho e depois esquece-lo no fundo de uma gaveta.
Aquele projeto não deu certo, aquela viagem não saiu? O namorado sumiu? Vamos para o shopping!
Comprar alivia, compensa frustrações. Então saímos à procura de qualquer coisa que possa amenizar nossas amarguras; pode ser até uma quinquilharia da lojinha do‘1.99’. Uma bandejinha! Duas bandejinhas...um pacote de bolachas, uns plásticos de fabricação duvidosa, umas tigelinhas horrorosas, enfim, tudo o que não precisamos. Enfrentamos a fila no caixa e pronto, ficamos felizes e saímos com a conhecida sacolinha branca com a cacarecada misturada. E se formos com uma amiga, melhor ainda: aproveitamos para descarregar. Para dizer que a vida tá uma porcaria e fazemos uma sessão de psicoterapia gratuita! É o "Dia do Descarrego".
Coisas, é preciso ter muitas coisas..., mas a coisa fica seria quando a “coisa” objeto do desejo é uma pessoa. O desejo se transforma em paixão. Ficamos obsessivos, surgem ideias invasivas sobre essa pessoa de maneira fixa e recorrente. Não conseguimos nos controlar, a paixão domina escraviza. Um típico transtorno obsessivo e compulsivo. Perde-se a capacidade de avaliar o resultado das ações, o processo de tomada de decisões fica prejudicado e tem gente que faz coisas insanas como tatuar o nome do namorado na nádega esquerda. Paixão é demência temporária, dura pouco. Porque o desejo se auto destrói, e quando acaba o que sobra? Na maioria das vezes nada…O objeto do desejo é abandonado, no baú das coisas desamadas, junto às bandejinhas, os plásticos de fabricação duvidosa e as tijelinhas horrorosas. Tudo misturado e esquecido.
O consumismo alcançou os corações: A nova ordem é
apenas usufruir daquilo que o outro nos oferece e rapidamente descartá-lo assim
como fazemos com automóveis, roupas, sapatos, celulares e computadores; pode-se
trocar uma pessoa pela outra quando houver algum defeito, sem qualquer peso na
consciência. A lógica do descarte impera na era da liquidez humana, diluímos as
relações para que possamos consumi-las e, assim, relações terminam tão rápido
quanto começam e quando achamos que as temos nas mãos... escorrem pelos vãos
dos dedos
Coisas, é preciso ter muitas coisas..., mas a coisa fica seria quando a “coisa” objeto do desejo é uma pessoa. O desejo se transforma em paixão. Ficamos obsessivos, surgem ideias invasivas sobre essa pessoa de maneira fixa e recorrente. Não conseguimos nos controlar, a paixão domina escraviza. Um típico transtorno obsessivo e compulsivo. Perde-se a capacidade de avaliar o resultado das ações, o processo de tomada de decisões fica prejudicado e tem gente que faz coisas insanas como tatuar o nome do namorado na nádega esquerda. Paixão é demência temporária, dura pouco. Porque o desejo se auto destrói, e quando acaba o que sobra? Na maioria das vezes nada…O objeto do desejo é abandonado, no baú das coisas desamadas, junto às bandejinhas, os plásticos de fabricação duvidosa e as tijelinhas horrorosas. Tudo misturado e esquecido.