Mortos e enterrados, antigos amores às vezes nos aparecem como fantasmas:De repente
Em fragmentos:Na frase de um livro, num gesto, numa palavra, numa música, um perfume, ao dobrar uma esquina, ao molhar os pés numa poça d’agua.
A “figura fantasmagórica” submerge das profundezas da memória esquecida.
Não é saudade, não: é pura abelhudice, intromissão
Ninguém chama fantasma!
Ninguém os governa.
Eles surgem quando querem, sem cerimônia e se instalam na cadeira ao lado.
Não interferem, em absoluto no amor em curso, fantasmas não tem esse propósito. O amor em curso é recheado de realidade e segue sem que seja incomodado, também não se pode dizer que são frustações de sonhos irrealizados.
Não. Tiveram seu tempo, foram generosos, deram e receberam com fartura.
Vem para lembra que um amor valeu a pena, fez história. Comoveu, enterneceu e que por um motivo ou outro passou. Se foi para que surgissem novos amores, novos caminhos
Não tem nada a ver com frases como – não esqueceu!!- que paixão!!. Nada disso. Coisa mesmo de assombração: chega sem convite da memória remexida e vai como veio: sem dar satisfação
As vezes deixam um doce amargo na boca noutras, o gosto adorável de hortelã, um olhar iluminado, uma “ coisa linda” sussurrada ao pé do ouvido, um para sempre que se esvaiu feito fumaça.
É a lembrança da ausência.
Uma ausência branda, guardada, acomodada, aconchegada.
Que transcendeu à dor: amalgamou.
Saudade da saudade antiga, aquela boa saudade, que ainda precisa ser titulada.
Lampejos da lembrança de pequenas felicidades.
Adoráveis essas aparições: são cordiais beija flores: chegam colorem o dia e sem aviso, rapidamente voejam deixando um leve sorriso nos nossos lábios.
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